domingo, 12 de setembro de 2010

Bar ruim é lindo, bicho.


Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqüenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqüenta anos, mas tudo bem.)

No bar ruim que ando freqüentando ultimamente o proletariado atende por Betão – é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar “amigos” do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
– Ô Betão, traz mais uma pra a gente – eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqüenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?).
– Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

Fonte : Digestivo Cultural

Boa semana ;)
Bjo tchau.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Parabéns Amarante!


Oii
Ontem eu escrevi em um ''Ps'' dizendo que hoje era o niver do Rodrigo Amarante, cantor, compositor, instrumentista e dançarino (rs') do Los Hermanos, que agora está no Litttle Joy.
Bom, resolvi fazer esse post, porque eu achei um video muito legal, de uma galera cantando em coro depois de um show do Little Joy, uma música do Amarante dos tempos do Los Hermanos.
E além disso, eu adoro o Amarante, então desejo à ele muito sucesso seja no Little Joy ou na Orquestra Imperial ou no Los Hermanos, que ele continue com essa inspiração para compor músicas maravilhosas que nos faz viajar.



Parabéns Amarante!

domingo, 5 de setembro de 2010

Los Hermanos

Oi Gente!
Ultimamente eu tenho escutado (e estou escutando nesse momento que escrevo) uma banda que é os Los Hermanos.
Sim aqueles caras barbudos que cantam '' ôôh Ana Júliiaaa...' , mas o que eu descobrir, e infelizmente foi tarde por que eles não tocam mais juntos, é que eles não tem só essa música, eles tem muiitas músicas boas!
Músicas que são verdadeiras poesias, de ótima qualidade, com arranjos maravilhosos, feita por eles mesmos.
Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, cantam e compõe maravilhosamente bem.
Tenho visto vários vídeos do Los Hermanos no youtube, vou botar aqui.
Uma notíca boa é que eles, esse ano, vão fazer uma pequena turnê pelo nordeste, felizes são os nordestinos neh.



" Deixa ser, como será, quando a gente se encontrar, no pé, o céu de no parque a nos testemunhar..."


É isso.
Bjo tchau.
Ps: Amanhã, dia 6 de setembro, é niver do Rodrigo Amarante (adoroo), esse que canta no vídeo. Amarante é um belo instrumentista, compositor e cantor ( e dançarino..rs' ) que atualmente está na banda Litlle Joy, está completando 34 aninhos.
Parabéns Amarante, toda saúde e sucesso pra vc.